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Ser árvore

Gilson Giombeli

Estava sentado na pedra e fiquei a meditar. Poderia observar aquela visão panorâmica de tirar o fôlego. Poderia ficar observando as águas caudalosas que batiam no rochedo esculpindo-o pouco a pouco. E, passavam como o tempo.

Durante a meditação veio um pensamento. Parar de pensar é para poucos. Pensei que a humanidade nasce, cresce, amadurece e se reproduz. Imaginei que a reprodução é uma semente. Nela está toda a herança genética da árvore. Na semente está o masculino e o feminino.

Senti uma brisa em meu rosto. Vi como que por encanto as partes masculinas de várias flores se desprendendo. As vi se movimentando graciosamente até pousar sobre outra flor. Pensei que era um privilégio ver algo difícil de ser visto. Isto não acontece todo dia.

Ao estar diante da flor, Eu estava diante de uma estrutura reprodutiva. Pensei que esta flor era a expressão máxima de toda evolução dos vegetais, das plantas. A evolução é uma garantia a mais para sobreviver no meio onde se vive e no mundo.

É preciso manter o fluir da mudança em nós. Vi que o meio muda. O mundo esta em processo de mudança constantemente. Percebi que tudo que evoluiu não desapareceu. A evolução parece favorecer a adaptação. Adaptado é estar integrado.

Costus spicatus (flor) – foto Gilso Giombeli

Além da evolução, eu pensei que estava diante de um ciclo de vida. Aquela planta estava no seu auge. Estava se perpetuando. Em pouco tempo estaria velha e sem frutos. Seria o seu fim. Contudo, na semente uma nova etapa da vida.

Como é magnífico ver a vida se perpetuando. Como é belo ver a vida nascendo diante dos olhos. Ao mesmo tempo fiquei espantado e emocionado. Nem sempre podemos e vemos a beleza da vida.

Fiquei ai vendo os gametas masculinos e femininos das flores se unindo. Vi, como que por encanto, que o material genético de ambos se misturava. Reverenciei aquele momento. Como era magnífico ver e presenciar este sagrado momento.

Tudo foi preparado durante muito tempo. Mesmo antes de aquela planta centenária nascer, já havia algo montado. A planta havia conseguido diferenciar parte de seu tecido em flor. Algumas células se especializaram e teimosamente disseram: nós vamos ser flor.

Mas, a teimosia foi ainda maior. Não bastava ser flor. Era preciso ter algo a mais: ter masculino e feminino. Vi que naquela flor havia várias estruturas. Tinha clareza que ali residia o masculino e feminino. Contudo, ali, também, havia outras estruturas que protegiam e chamavam a atenção. Sim, um colorido exuberante. Um cheiro que fazia suspirar.

Percebi que havia muitas estruturas. Aquela flor era majestosa. Ela tinha estruturas que protegiam aqueles gametas. Contudo, ainda convidavam amigos para visitá-la e ajudar em unir masculino e feminino. Até o vento era parceiro.

Havia uma inteligência expressa e vista aos olhos nus. Como havia planejado tanto? Como chegou tão longe? Parece que a evolução foi caprichosa e persistente. Muito tempo passou. Este tempo sempre foi bem usado.

Em cada ciclo da vida foram feitas pequenas mudanças. Sempre imperceptíveis. Entretanto, sempre trouxeram e garantiram suas necessidades. É preciso sempre mudar. Não são grandes mudanças. São importantes as pequenas mudanças. Elas apontam novos caminhos. Novos rumos. Mude e deixe os outros mudarem. Quem sabe que estas mudanças vão influenciando as mudanças genéticas.

O cientista já havia dito que a ação dos genes está muito mais presente no nosso dia-a-dia do que imaginamos. Contudo, faz uma afirmação muito interessante: “conseguiremos ativar determinados genes adormecidos.” Segundo, Kazuo, é possível a ativação de genes com o riso.

Portanto, tenha a coragem de mudar sempre. Faça isto com bom humor. Deixe as sementes da mudança fazerem parte de teu dia-a-dia. Deixe que a natureza se encarregue do resto.

O ser humano deve ser árvore. O ser humano precisa ser árvore. O ser humano precisa aprender com elas e evoluir como elas. Nelas estão os princípios da vida. Podemos sempre contribuir efetivamente criando oportunidades para o aparecimento da vida. Como de unir dois gametas e ver a vida nascer. Depois que nasce fornecer-lhes alimento para que cresça de forma vistosa e vicejante.

Percebi que realmente não havia meditado. Fiquei alimentando loucuras com meus pensamentos.

Conferir a obra de Kazuo Murakami; Código Divino da Vida – Ative Seus Genes Quem Você Quer Ser; Ed. Prolíbera 

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